quinta-feira, 22 de maio de 2008

Cana caiana




Cana caiana
Carlos Terra

Seja caldo,
seja açucar,
seja mel
ou rapadura,
todo mundo
já provou
algum dia
essa doçura.

Cestos


Cestos
Carlos Terra


Entrelaçados perfeitos
criando singelos cestos
formando essa simetria
que um olhar precatado
sem pressa, despreocupado
beleza contemplaria

Moinho


Moinho
Carlos Terra


Sem querer vou me movendo
viajando pelo tempo
sem sair deste lugar
empurrado pelo vento
vou seguindo em movimento
nesse meu terno girar

Olhar da fera


Olhar da fera
Eraldo santos

Se o teu rosnar
É de dar medo,
O teu silêncio
Desespera!
Impossível desvendar
O teu segredo
De ser fera,
Quando a natureza
Simplesmente te fez bela!

Patinhos


Patinhos
Eraldo Santos

De pluma tão leves,
De tão delicados
Sugerem um carinho infinito.
Uma vida a olha-los
E assim decifrar:
Qual será mais bonito?


Voar


Voar
Eraldo Santos

Por que passas tão distante de mim?
Majestade dona
Do infinito que não domino.
Sei que a distância
Impede que notes
O tamanho do meu sentimento.
Mas também sei, que não sabes
o quanto um coração que ama
Pode voar.

Reflexo


Reflexo
Eraldo Santos

Ao repousar serena
Nesse teu remanso,
Reluzente espelho
Da história cotidiana,
Se faz efêmera a pretensão
Da eternidade humana,
Dissipada ante a grandeza
Da imensidão do infinito!


Luz


Luz
Eraldo Santos

Que toda luz seja dada
Aos que buscam na luz
Inspiração ao divino!
E que sempre exista a noite
Pra realçar no seu manto,
A emoção de toda beleza se descobrindo.


Ninho


Ninho
Eraldo Santos

Qual rei
Poderia sonhar com tal poder?
Que arquiteto
Poderia conceber tão belo templo?
Que ao menos
Numa fração de singeleza
Pudesse se comparar ao meu castelo
Com toda beleza que daqui contemplo!


Além mar


Além mar
Eraldo Santos

Sobre o mar
Lanço o meu olhar perdido,
O que se encontra
Muito além
Desse além mar?
São meus limites
Que estão se confundindo?
Serão meus desejos
Sem limites para sonhar?

Contemplar


Contemplar

Eraldo Santos

Passa o tempo
Sem a menor pressa,
Eterno ritual
Na discreta imensidão.
E leva consigo a beleza,
E leva consigo a certeza,
Me enchendo de solidão!

Asas da liberdade


Asas da liberdade

Eraldo Santos

O meu amor
É rebelde como o vento,
A liberdade
Um trampolim para saltar.
A minha sorte
Eu escrevo em um repente,
Pois minha vida
Me deu asas pra voar.

Espelho


Espelho

Eraldo Santos

A beleza se molda
Em um sublime momento,
Sem ao menos exigir
Da vida um pretexto.
E muitas vezes se mostra
No simples refletir
Que coloca a vida e a arte
No mesmo contexto.

Caatinga


Caatinga

Carlos Terra

Na secura deste solo
na dureza dos espinhos,
só os fortes sobrevivem
carcará faz os seus ninhos.

Nessa imagem tão selvagem
onde quase nada vinga,
posso ver vida e beleza
na paisagem da caatinga.